Povos indígenas promovem Copa das Árvores

Nem estádios, nem grandes delegações ou importantes jogadores de futebol. No dia seguinte do último jogo da Copa do Mundo da Fifa, quem entra em cena é a Copa das Árvores.

O evento, que será realizado de 10 a 17 de julho, na Aldeia Kuntamanã,  no município de Marechal Thaumaturgo,  no Acre, reunirá diferentes etnias e ainda a comunidade extrativista e organizações governamentais e civis, para discutir  a importância da floresta dentro da concepção das culturas ancestrais.

“Para nós, essa é a copa da vida, pois a floresta é a morada de milhares de seres viventes”, diz Haru Kuntamanã, liderança indígena e também um dos organizadores do evento.

Compostas de diversas atividades, as rodadas da Copa das Árvores girarão em torno de cinco eixos diferentes: sustentabilidade, cultura, ambiente, espiritualidade e medicina.

Na parte de sustentabilidade, haverá uma feira de conhecimentos tradicionais, comércio justo e economia solidária para compartilhar o conhecimento dos povos das florestas na questão da soberania alimentar.

As manifestações tradicionais das comunidades extrativistas e também dos indígenas, compõem a parte cultural da festa. No quesito sobre o ambiente, será aberto um diálogo sobre as potencialidades da floresta e o uso sustentável dos recursos naturais, como a implantação da agrofloresta e formas naturais de plantio.

Para ilustrar o tema da espiritualidade, os anciões das comunidades vão explicar sobre a cosmologia indígena e a contextualização das plantas de poder. A sabedoria do uso da ervas para a cura será o tema da eixo medicinal.

“É claro que teremos também atividades esportivas como campeonato de arco e flecha, cipó de força, arremesso de lança e até jogos de futebol”, conta Haru. “Nós gostamos de futebol, mas para nós é diferente, porque ele não é prioridade. O que mais importa para gente é preservar a floresta, nossa casa sagrada.”