Desconhecimento compromete descarte de resíduos de construção

Os resíduos sólidos de construções e reformas devem receber destinação correta, regulamentada pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a Norma ABNT NBR 10.004. Eles são classificados em quatro classes diferentes, de acordo com as suas especificações, o descarte e a possibilidade de reciclagem. No entanto, comumente, deixam dúvidas na hora da definição do encaminhamento para os aterros de resíduos perigosos ou empresas de reciclagem.

Desconhecimento de normas compromete descarte de resíduos sólidos do setor de construção (Foto: kadmy/iStock)

Na opinião da engenheira e consultora técnica de sustentabilidade do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Lilian Sarrouf, o pequeno gerador de resíduos, que precisa descartar uma lata de tinta ou uma pilha de madeiras, é quem mais sofre com a falta de informação sobre o assunto. “Em algumas situações é possível aproveitar o material na própria obra. Em outros casos, é preciso separá-los para descarte. Tudo depende da classificação e da periculosidade”, explica.

Segundo Lilian, a tinta epóxi, por exemplo, precisa ser descartada em um aterro para resíduos perigosos. Mas se o que sobra for apenas uma lata pequena, pode sair muito caro enviá-la para o aterro.

Ao fazer uma reforma, a primeira orientação da especialista é atentar-se à maneira como são retiradas louças, esquadrias e revestimentos, pois com o manejo correto é possível reutilizá-los em outras obras. Já em casos de demolição, pode-se reutilizar os resíduos cimentícios, cerâmicos, madeiras, plásticos e metais. Se o material não puder ser reaproveitado ou reciclado é preciso seguir as orientações de descarte do Conama, que regula a gestão de resíduos da construção e determina que todo município tenha uma área de transbordo e triagem.

“A realidade é um pouco diferente”, destaca Lilian. “Ainda existem muitas cidades que não contam com estes espaços. Neste caso, deve-se procurar a área de transbordo de outro município e, paralelamente, cobrar das autoridades da sua cidade que um espaço apropriado seja criado”.

Seminário

Para aprofundar o debate em torno dos resíduos da construção civil, o SindusCon-SP, por meio do Comitê de Meio Ambiente (Comasp), realizará o seminário sobre resíduos de construção civil na 9ª edição do Concrete Show, que acontece de 26 e 28 de agosto, no São Paulo Exhibition & Convention Center, antigo Centro de Exposições Imigrantes (rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – São Paulo).

Informações: www.concreteshow.com.br