Programa ajuda presos que cuidam de colegas idosos nos EUA

O California Medical Facility, um presídio em Vacaville, a meio caminho entre São Francisco e Sacramento, nos Estados Unidos, abriga presos da população em geral, bem como aqueles com condições de saúde e necessidades médicas especializadas. É o lar de 2.400 homens –alguns jovens e saudáveis e outros deficientes e doentes. Ainda há os que estão na casa de repouso e que estão morrendo. E um grupo muito especial de presos está cuidando desses companheiros de cela que já passaram dos 55 anos –alguns deles, já idosos.

Programa ajuda presos que cuidam de colegas idosos nos Estados Unidos; saiba como funciona

A casa de repouso do California Medical Facility é uma das primeiras unidades hospitalares do tipo no país e a única licenciada dentro de uma prisão na Califórnia, de acordo com reportagem do jornal “The New York Times”. Construída em 1993 em resposta à crise da Aids e às demandas lideradas pelos presos por um atendimento mais humanizado, foi originalmente povoada por jovens que morriam de complicações de saúde.

Hoje, a unidade de 17 leitos é preenchida com um grupo demográfico diferente: homens grisalhos que têm desde câncer em estágio terminal até Alzheimer, sentados em cadeiras de rodas assistindo à televisão ou deitados, enrolados em cobertores pesados.

A maioria das prisões, porém, nunca foram construídas para serem casas de repouso. Oficiais correcionais muitas vezes não estão equipados com o treinamento necessário. Mas o California Medical Facility tem cerca de duas dúzias de homens da chamada Pastoral Care Service Workers (Trabalhadores da Pastoral de Cuidados, em livre tradução). A maioria deles são assassinos condenados a quem foi concedido um papel incomum: proporcionar mortes dignas a seus companheiros de prisão.

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Os integrantes do programa têm de passar por uma série de entrevistas e verificações disciplinares e concordar com testes aleatórios de drogas. Eles fazem 70 horas de treinamento preliminar em dinâmicas psicológicas e espirituais de cuidados no fim da vida, etiqueta à beira do leito e processo de luto.

Mas a verdadeira educação vem com os pacientes. Keith Knauf, capelão presbiteriano que supervisiona o programa, acredita que cuidar dos moribundos ensina compaixão e muda esses homens de maneiras profundas.

Dos cerca de 250 trabalhadores que foram libertados da prisão desde o início do programa, ele diz, nenhum retornou por um crime e apenas três retornaram por ofensas menores da liberdade condicional. As estimativas de Knauf colocam a taxa de reincidência do programa em 1,2%. Nacionalmente, a taxa de retorno costuma ser de cerca de 25% em oito anos.

Leia a reportagem completa no “The New York Times