Cães ajudam crianças refugiadas na adaptação ao Brasil

Criança interage com cão golden retriever voluntário do projeto Melhor Amigo do Refugiado

Cães fofos, treinados e brincalhões entraram em campo para ajudar no processo de adaptação de refugiados de guerra no Brasil.

Inovador, o projeto Melhor Amigo do Refugiado, da ONG Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapia Assistida por Animais) deu seu primeiro passo neste mês, ao levar cinco peludos para visitar a Casa de Passagem Nova Terra, que acolhe famílias que estão aguardando a confirmação do refúgio (pedido de permanência definitiva?) em São Paulo.

Garoto acaricia cachorro voluntário do Inataa, observado por membro da equipe

O primeiro contato foi tenso, no início. Adultos receosos. Funcionários da casa de acolhida também. Mas foi só deixar por conta das crianças e dos cachorros que tudo virou uma grande festa.

“Há as questões culturais, da língua, mas, entre crianças e cachorros, isso não é uma barreira. As crianças foram logo se aproximando dos animais e só depois os adultos fizeram o mesmo. Foram 50 minutos de muita brincadeira, fotos, muita interação. Os cães ficaram bem cansados”, afirma Cristiane Blanco, psicóloga e responsável técnica do Inataa.

Voluntária do Inataa e menina refugiada fazem carinho em cão durante visita

José Roberto Mariano, gerente da Casa de Passagem Terra Nova, disse que ficou surpreso com a aceitação. “Em princípio, pensei que não teríamos uma participação significativa, porque reunir o grupo todo não é tão simples. Mas 41 pessoas, sendo 25 crianças, participaram do encontro com os cachorros. No final, muitas crianças até choraram porque não queriam que os cães fossem embora.”

Equipes do Inataa e da Casa de Passagem Nova Terra posam com cães voluntários

O trabalho prevê uma visita por mês, durante seis meses. A primeira foi só para quebrar o gelo e para que as famílias se acostumem com a presença dos cães. “A partir da próxima, daremos início aos trabalhos. Há várias atividades preparadas. Uma delas é pedagógica, de leitura para o cão, para estimular as crianças a falarem o português”, diz Cristiane.

Todos os animais são treinados e preparados para lidar com a situação. Para que um cão participe do projeto, que também contempla animais que auxiliam na saúde física, emocional e mental de idosos e crianças doentes, é feita uma avaliação prévia e um adestramento específico.

O cachorro ideal para o atendimento dos refugiados deve ser adulto e sentir à vontade com crianças, entre outras características.

Por QSocial