Crianças distribuem abraços, flores e poesia em ato pela paz

Na manhã desta terça-feira (5), cerca de 30 crianças de 3 a 4 anos receberam uma missão importante. Acompanhadas por professores, caminharam por perto da escola municipal em que estudam para entregar “abraços, flores e poesia”.

O motivo era nobre e complexo: tratava-se de um cortejo pela paz nos arredores da CEI Suzana Campos Tauil, na zona sul de São Paulo.

Alunos abordam pessoas na rua para distribuir abraços, flores e poesias

E o que crianças dessa faixa etária sabem sobre isso? Ora, muita coisa: “Eu disse: ‘Aceita?’ Todo mundo aceitou porque era flor e poesia e ganhei abraços e beijos”, contou Jenifer, 4 anos, que até encontrou com as avós no passeio-missão.

“A gente deu florzinha e abraço para as outras pessoas não fazerem mais guerra”, resumiu Luís Gustavo, 4 anos. E completou: “Abraço é gostoso porque é apertado!”.

“Paz é quando as pessoas ficam calminhas e felizes”, explicou Leo, 3 anos.

Mas Heitor, 3 anos, fez um alerta: “Hoje a gente caminhou pela calçada e entregou para as pessoas flores, abraços e poesias para elas saberem o que é paz, porque elas não sabem”.

A atividade, desenvolvida por professores e pela coordenadora pedagógica da escola, começou a ser trabalhada há cerca de 20 dias em sala de aula.

Alunos abordam pessoas na rua para distribuir abraços, flores e poesias

“Fizemos roda de conversa para falar sobre a paz, cada um pôde se expressar. Conversamos sobre o que nos traz paz e inserimos a questão da poesia, que também é um meio de levar esse sentimento. Para acompanhar a poesia, cada aluno fez uma aquarela. O objetivo era que as crianças afetassem as pessoas, mostrassem que estão ali falando de paz”, afirmou a coordenadora pedagógica, Shirley Maria de Oliveira, 54 anos.

A receptividade de quem passava pelo cortejo foi “nota mil”, segundo a professora Angela Maria Pelino Moreira Valle, 59 anos. “Todo mundo queria ganhar, nem precisamos pedir que dessem abraços, todos já sorriam e abaixavam para abraçar e beijar as crianças.”

A ação de hoje, que nasceu de uma atividade sugerida pela rede municipal de educação, não será a única nesses moldes. “Nossa intenção é fazer mais vezes, abordando outros temas também, e ocupar mais o espaço público, a cidade, para que as pessoas passem a perceber os nossos alunos como futuros cidadãos”, afirmou Shirley.

Por QSocial