Designer holandesa cria tecido sustentável usando esterco

O esterco é um problema na Holanda. A indústria de laticínios do país já ultrapassou o chamado ‘teto de fosfato’, com 172,9 milhões de quilos de excrementos gerados por ano. Mas a designer holandesa Jalila Essaïdi teve uma ideia para ajudar a diminuir essa quantidade de cocô de vaca, transformá-lo em roupas.

Peças do projeto Mestic, da designer holandesa Jalila Essaïdi

Para isso, no entanto, o esterco precisa passar por um processo químico que separa toda a celulose. Mais alguns processo químicos depois, essa celulose vira bioplástico, biopapel e, até mesmo, biotecido, o produto utilizado pela designer na fabricação de roupas. O projeto foi  batizado de Mestic, que deriva de ‘mest’, palavra holandesa para o esterco.

Segundo Jalila, esta não é a primeira vez se buscam novas maneiras de resolver o problema.”Na Alemanha, por exemplo, grandes avanços foram feitos na transformação dos resíduos em fertilizante; outros tiveram sucesso em transformá-lo em energia. Essas são grandes iniciativas, mas não são muito eficientes”, diz.

Ainda segundo ela, é a primeira vez que o esterco pode ser considerado um recurso valioso. ”Um verdadeiro resultado seria tratar completamente o esterco e usar a celulose resultante para fabricar novos produtos de biomateriais. Daqui para frente ele vai valer seu peso em ouro” diz.