Paris vai abrigar maior incubadora de start-ups do mundo

Paris está deixando de ser a capital da moda para se transformar no principal polo de start-ups do mundo. No fim de mês, a capital francesa vai ganhar o maior espaço dedicado ao setor do planeta.

A iniciativa ambiciosa é do bilionário francês do ramo de telecomunicações Xavier Niel, que desembolsou cerca de US$ 267 milhões (R$ 854,5 milhões) para tirar o Station F do papel.

Concepção artística mostra como será a fachada do Station F

No começo de abril, o Quem Inova foi conhecer o empreendimento que fica no 13º arrondissement, no lado leste de Paris.

E os números são gigantes. O espaço de 34 mil m² terá capacidade para abrigar 1.000 start-ups e acomodar 3.000 pessoas nos três andares do prédio, que antes era uma antiga estação de trem e que seria demolida pela prefeitura de Paris.

Vista panorâmica de uma das alas do Station F, que vai abrir às portas no fim de junho

O ‘campus’ contará ainda um auditório para 370 pessoas, laboratórios de impressão 3D, restaurante, café, bar, oito espaços para eventos e até uma quadra de tênis.

Gigantes como Facebook, Microsoft e Ubisoft são algumas das empresas que serão aceleradoras de negócios. Ao todo, o Station F vai oferecer 26 programas de internacionais de inicialização.

Vagões serão transformados em restaurantes

De acordo com a diretora do projeto, a americana Roxanne Varza, 32 anos, o Station F vai reunir todo o ecossistema empresarial sob um mesmo teto.

“ Já recebemos aplicações de pessoas de mais de 50 países para o espaço de coworking. Inclusive do Brasil”, conta Roxanne, que está há seis anos na França. O custo para ocupar o espaço deve girar em torno de 190 euros por mês.

École 42

Xavier Niel pode ser considerado o Bill Gates francês. Além do Station F, ele criou a École 42, que ensina programação sem cobrar mensalidade dos alunos com idade entre 18 a 30 anos.

Com um sistema inovador de ensino, já que não conta com professores ou sala de aulas, a escola tem como objetivo preparar os jovens para vida profissional, em especial a área de tecnologia. “A maioria dos alunos são da periferia de Paris ou do interior do país”, conta Nicolas Sadirac, diretor da École 42.

Vista panorâmica de uma das salas da École 42

Os cursos têm duração de três e ao final o aluno recebe um certificado, que não é reconhecido pelo governo francês. O que não afasta o interesse. No primeiro ano de funcionamento, cerca de 70 mil pessoas se candidataram para disputar as mil vagas.

*O jornalista viajou a convite da Embaixada da França