Presídio usa terapia do riso para combater tensão e violência

Os mais de 2.000 prisioneiros de Naivasha, no Quênia –condenados à prisão perpétua ou à pena de morte– estão participando de uma experiência diferente. Eles e os carcereiros do presídio de segurança máxima estão fazendo sessões de terapia do riso.

Presídio de Naivasha, no Quênia, usa terapia do riso para combater tensão e violência

O programa prisional de “mindfulness” ensina a criar consciência do momento presente, aceitando seus sentimentos, pensamentos e sensações. Ela pode auxiliar a lidar com emoções e reduzir estresse e ansiedade. As sessões incluem também terapias de riso, em que os presos dão intensas gargalhadas para, juntos, colocarem suas emoções para fora.

Um dos objetivos do método é melhorar a relação entre os detentos e os carcereiros. “Entre mim e eles era como inferno e céu. Não havia nenhum lugar onde podíamos nos encontrar ou encontrar um ponto de consenso”, afirmou Willis Opondo, condenado à prisão perpétua por assalto violento, de acordo com informações da BBC reproduzidas pelo site G1. “Hoje, vejo os carcereiros como meus irmãos, meus guardiões.”

Os carcereiros, por sua vez, costumam apresentar estresse pós-traumático. Kevin Onyango, por exemplo, diz que não conseguiu controlar suas emoções por muito tempo. Com a nova terapia, porém, ele contou que todos são encorajados a expor vulnerabilidades e até mesmo seus segredos.

No início, diversos participantes relutaram em integrar o projeto e, até hoje, muitos presos mantêm distância das sessões. “Eu me sentia incomodado, estúpido”, relembrou um dos prisioneiros. “Era estranho. Como você simplesmente inspira e expira, sentado em silêncio, por dez minutos?”

Presídio de Naivasha, no Quênia, usa terapia do riso para combater tensão e violência

Um estudo realizado em fevereiro do ano passado com os presos indicou que a prática ajudou-os a desenvolver laços mais fortes entre si e a melhorar seu relacionamento com outras pessoas. Dos 140 entrevistados, quase 90% afirmaram sentir menos raiva e estresse. Muitos também sentiram menos propensão à agressividade e ao uso de drogas. Também foram registradas menos rebeliões e tentativas de fuga.

Leia a reportagem completa na BBC e no G1