Startups inovam em tecnologias para limpar o ar

O desenvolvimento de tecnologias que tornem as atividades econômicas e a vida mais sustentáveis tem se dado em uma velocidade superior aos modelos de negócio que viabilizam as empresas que as desenvolvam.

Isso é o que mostra a matéria publicada no jornal britânico“The Guardian” na terceira semana de julho, ao analisar os casos de três startups que desenvolveram inovadoras tecnologias para remover o dióxido de carbono do ar das cidades.

Marc Gunther, editor-contribuinte do “The Guardian”, revela que a Carbon Engineering, a Global Thermostat e a Climeworks são as startups que estão fazendo avanços em tecnologias com essa finalidade, mas que ainda não encontraram um modelo de negócio que as viabilize.

Startups desenvolvem inovadoras tecnologias para remover o dióxido de carbono do ar

A Carbon Engineering, por exemplo, está construindo uma planta industrial no Canadá para capturar o dióxido de carbono do ar. A start-up liderada por David Keith, físico formado pela Universidade de Harvard, e financiada em parte por Bill Gates, da Microsoft, tem tecnologia para ajudar a retirar milhões de toneladas de CO2 do ar e contribuir para reduzir as mudanças climáticas.

Outra startup que tem feito significativos progressos tecnológicos na captura de CO2 do ar atmosférico é a Global Thermostat, liderada por Peter Eisenberger, professor da Universidade de Columbia e ex-pesquisador da Exxon e dos Bell Labs. Segundo Gunther, sua start-up acabou de receber uma injeção de capital de uma empresa de energia norte-americana que permitiu à start-up seguir em frente.

Outra startup na área de remoção de dióxido de carbono da atmosfera é a suíça Climeworks, que, em um projeto financiado pela Audi, retirou CO2 do ar e o transformou em suprimento para a empresa alemã Sunfire, que o reciclou em combustível.

As três startups trabalham com um cenário futuro em que será possível colher CO2 da atmosfera, do solo e dos oceanos e transformá-lo, usando energia renovável, em combustível de baixíssimo teor poluente.

Gunther analisa que, se a captura de dióxido de carbono surgir como uma solução significativa para os problemas climáticos, ela pode gerar uma indústria global de bilhões de dólares. Por outro lado, muitos especialistas apontam que essa tecnologia ainda é bastante imatura e que há a necessidade de mais investimentos governamentais em pesquisas para desenvolvê-la.

Mas, mesmo que os governos resolvam pagar a essas startups para retirar CO2 do ar e o armazenar para reciclá-lo, elas ainda assim precisarão de clientes da iniciativa privada para que se tornem negócios comercialmente viáveis. Não dá para dependerem eternamente de aportes ocasionais.

A questão aberta para essas startups, segundo Gunther, é se alguma delas conseguirá levantar dinheiro suficiente no curto prazo para que seus esforços possam valer a pena no longo prazo.

Via HSM