Ação busca levar professores brasileiros de física à Suíça

Para quem não conhece, a Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) fica na Suíça e possui um dos maiores laboratórios de física do mundo. É ele que abriga o grande colisor de partículas LHC (Large Hadron Collider), com 27 km de circunferência.

A visita ao local, como se pode imaginar, tem valor inestimável para professores de física. Mas poucos podem pagar –sobretudo no Brasil. Assim, uma campanha espera reunir verba suficiente para enviar brasileiros à Cern.

O grande colisor de partículas Large Hadron Collider (LHC)

A organização mantém um programa de educação destinado a professores europeus. Eles visitam instalações e laboratórios e participam de sessões experimentais e cursos de física, ministrados no idioma dos participantes.

Desde 2009, a Sociedade Brasileira de Física organiza um projeto, a Escola de Física Cern, cujo objetivo é divulgar, selecionar e possibilitar a participação de professores brasileiros do ensino médio na Escola de Professores no Cern em Língua Portuguesa, que recebe docentes portugueses.

Grupo da Escola de Professores no Cern em Língua Portuguesa

A programação consiste de um curso de uma semana, um minicurso, atividades de dois dias no Laboratório de Instrumentação e Física de Partículas (LIP) de Lisboa e uma visita ao museu que, um dia, foi a casa de Albert Einstein, também na Suíça.

Devido ao efeito multiplicador, a atividade beneficia as escolas públicas brasileiras. Segundo os organizadores da campanha, cerca de 180 brasileiros já participaram e podem ter transmitido seus novos conhecimentos a mais de 30 mil alunos, considerando o atendimento a cerca de 200 alunos ao ano.

Corte orçamentário

Ainda de acordo com os organizadores, até 2014, a Escola de Física Cern contava com o subsídio da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), fundação vinculada ao Ministério da Educação.

Por questões orçamentárias, a Capes deixou de financiar o projeto e, em 2015 e 2016, os professores interessados e selecionados tiveram de arcar com suas despesas, de modo a manter os acordos internacionais.

“Tal decisão, infelizmente, provocou a quase que total exclusão de professores das redes públicas estaduais, por conta do custo das passagens, estadia e alimentação”, explica a página da campanha. Em 2017, o corte foi ainda maior. “Nem mesmo os coordenadores do projeto estão obtendo recursos.”

Metas

A campanha para levantar fundos tem três metas. A primeira busca R$ 15 mil para custear 50% da visita (passagens, hospedagem e alimentação) dos coordenadores. A segunda tenta reunir R$ 22 mil para cobrir 60% do custo da viagem de dez professores da rede pública. Já a última meta, de R$ 32 mil, visa obter 100% do custo da visita dos coordenadores.

A campanha dura até 16 de agosto e arrecadou, até o momento, R$ 260 –2% do necessário para a primeira meta. Quem colabora recebe uma recompensa.

Se a meta for batida, o projeto é realizado. Do contrário, todos os colaboradores recebem seu dinheiro de volta e o projeto não acontece. Caso você queira ajudar, acesse a página da campanha.