Cooperativa agenda retirada de ‘lixo eletrônico’ para reciclagem

Computadores chegam para reciclagem na Coopermiti

O computador, a impressora, o celular ou o eletrodoméstico quebrou e não tem mais conserto ou ficou obsoleto? Basta entregá-lo em um posto de coleta de resíduos eletroeletrônicos ou agendar uma retirada. A reciclagem, além de preservar o meio ambiente, fomenta a inclusão social.

“Qualquer equipamento em desuso que funcione com eletricidade _ na tomada, com pilha ou com bateria _ é um lixo eletrônico”, explica Alex Luiz Pereira, diretor-presidente da Coopermiti, “cooperativa pioneira no Brasil a ser conveniada com um órgão de gestão pública para essa finalidade”.

Todo material coletado, após uma triagem, é destinado, reciclado ou reutilizado, gerando renda aos cooperados, proporcionando doações e até mesmo compondo um acervo histórico. Mas, segundo Pereira, o galpão está ocioso: “Reciclamos 28 toneladas/mês, mas nossa capacidade é de 100”.

“Nem todo eletrônico tem materiais nobres, mas todos têm materiais pesados, como cádmio, chumbo e níquel, que, se jogados num terreno baldio ou num rio, são contaminantes”, pontua. “E são cumulativos: tendo contato hoje, você mas só lá na frente sentirá os efeitos desse envenenamento gradativo.”

Reciclar produtos eletrônicos é duplamente interessante para o meio ambiente, já que a indústria não vai extrair recursos naturais para produção de novos aparelhos. Afinal, durante o processo, é possível recuperar, a partir de chips e placas, principalmente, uma pequena quantidade de metais nobres.

“A gente não vê o lixo eletrônico como algo que vai gerar lucro, até porque, a reciclagem de muitos não é sustentável financeiramente. Mas a vemos como uma ferramenta de inclusão social, capacitando os cooperados na manufatura reversa, que é a técnica de desmontagem, e na gestão dos resíduos.”

“Reciclagem é escala: quanto mais volume, mais sustentável é o processo; quanto mais toneladas são captadas, mais cooperados são inseridos no projeto”, exemplifica. Para Pereira, existe um desconhecimento do que é lixo eletrônico, “mas também há uma não responsabilização no descarte correto”.

ONDE DESCARTAR: na sede da Coopermiti (rua João Rudge, 366, na Casa Verde, zona norte) ou agendando no site a retirada (em sete a oito dias, em média).

Por QSocial