Farmácias ganham máquinas para descarte correto de medicamentos

O Programa Descarte Consciente já instalou 708 máquinas em 13 Estados[/img]

A norma técnica 16457/2016 estabelece os “requisitos mínimos para proteção e prevenção dos riscos ao meio ambiente, segurança ocupacional e saúde pública no processo de descarte, armazenamento temporário, coleta e transporte de medicamentos de uso humano provenientes de domicílios, descartados pelo consumidor”, explica José Francisco Agostini Roxo, da Brasil Health Service (BHS), que foi o relator da Comissão de Estudo Especial de Resíduos de Serviços de Saúde na ABNT.

“Foi uma grande conquista”, destaca o empreendedor, que criou o Programa Descarte Consciente para neutralizar as consequências de a população se desfazer dos medicamentos jogando-os no lixo comum ou no esgoto. “É um grave problema ambiental e de saúde pública. Dentro de casa, é a principal causa de mortalidade por toxidade de crianças. Fora de casa, nos lixões, é confundido com balas ou ganha o mercado paralelo”, ressalta.

Para que o medicamento vencido ganhe sua correta destinação, a BHS instalou estações coletoras em farmácias, as ECOMEDs. Nelas, o consumidor passa a caixa do remédio pelo código de barras. Depois, se forem comprimidos ou pomadas, deposita-os na boca de resíduos sólidos; se forem líquidos ou sprays, na de resíduos líquidos. A terceira é destinada para as embalagens, que devem ser rasgadas para não correrem o risco de serem indevidamente reutilizadas.

As ECOMEDs funcionam como um caixa eletrônico e com a mesma tecnologia de segurança. Quando cheias, são lacradas e emitem, automaticamente, uma listagem com o conteúdo armazenado _ que é uma exigência das transportadoras _, além do certificado final de destinação: incineração, aterro industrial ou reciclagem de papel. “Tanto o varejista como o consumidor têm a garantia da correta destinação”, considera Roxo.

Nas 708 máquinas que foram instaladas em 13 Estados, o “preservômetro” do Programa Descarte Consciente contabiliza 841.032 unidades de medicamentos coletadas, totalizando 172.506,42 kg. É pouco perto das 15 mil toneladas estimadas que vencem todos os anos na casa dos brasileiros. Mas, lembra Roxo, “já foram suficientes para deixar de contaminar 77.623.902.000 de litros de água”.

O ideal, segundo ele, seria uma estação coletora para cada 15 mil habitantes. Atualmente, enquanto a cadeia de medicamentos não chega a um consenso sobre as responsabilidades na implementação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, são as redes de farmácias que estão bancando a gestão das máquinas. “É uma tendência de mercado que cresce homeopaticamente”, diz o especialista em Gestão Ambiental Empresarial pela Fundação Getulio Vargas.

Por QSocial