Alunas da rede pública criam telha com bagaço de laranja

Duas alunas do ensino médio de uma escola pública de Limeira, no interior de São Paulo, desenvolveram um protótipo de telha sustentável feita a partir de bagaço de laranja.

Larissa e Mariana, de 16 anos, criaram telha a partir do bagaço da laranja

O material atende a todas as regras de segurança e custa, aproximadamente, a metade do preço de uma telha tradicional. A ideia das meninas foi tão bem aceita que elas foram premiadas em um evento na Espanha.

Larissa de Souza Galvão e Mariana Oliveira da Costa e Silva, ambas de 16 anos, começaram o projeto no segundo ano do ensino médio, quando tinham 15. Elas estudam na Escola Estadual Professor Gabriel Pozzi e, atualmente, cursam o terceiro ano.

Nascimento da invenção

Tudo começou com um grupo de quatro alunos, que precisavam criar algo para a feira de ciências da escola. “Tinha um projeto de etanol a partir do suco da laranja. Eles descartavam o bagaço e nós queríamos reaproveitar, então pensamos na telha”, contou Larissa.

O primeiro protótipo desenvolvido não deu certo. “Como a gente queria apresentar na Feira de Ciências das Escolas Estaduais de São Paulo [FeCEESP], a gente precisava de uma melhor metodologia, então buscamos parcerias”, explicou Larissa.

Foi quando o pesquisador de uma empresa da cidade entrou para ajudar. Ele cedeu bagaço de laranja. As garotas também receberam o apoio de Victor Baldan, um doutorando em arquitetura e urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) do campus de São Carlos.

Bagaço de laranja torna produção de telha mais barata no mercado

Um ano e meio após o início do estudo, obtiveram o produto final, que também usa resina de mamona –uma contribuição de Baldan, que já empregava o item em seus experimentos. Segundo ele, o projeto inicial não estava dando certo porque misturavam o bagaço com cimento e argila. “Eu sugeri de misturar o resíduo triturado com a resina de mamona para ver se dava certo”, contou.

Eles pediram a patente antes de tentarem inserir o produto no mercado –deve estar à venda em cerca de cinco anos. Inicialmente, a telha será dirigida à construção de casas populares.