Site conecta jovens a idosos solitários para trocar experiências

Uma conversa de 30 minutos, uma vez por semana, via web, com um idoso que está esquecido em uma casa de repouso ou até mesmo no seu próprio lar. Esta é a proposta do engenheiro de softwares Mórris Litvak, 31 anos, no Projeto Conectando Gerações. A plataforma, que entrou no ar há alguns dias, busca incentivar conversas intergeracionais para troca de experiências.

“Depois da saúde física, a melhor forma de cuidarmos dos idosos é dando atenção e carinho”, diz Morris, que usou a tecnologia como aliada na batalha por valorizá-los, criando vínculos e, principalmente, “fazendo com que eles se sintam úteis, proporcionando conversas que podem gerar trocas incríveis e descobertas surpreendentes”.

Do outro lado da linha, público é o que não falta: o número de idosos que moram sozinhos triplicou nos últimos 20 anos, segundo o IBGE. “Os solitários se sentem excluídos da sociedade e tendem a ficar mais deprimidos, adoecendo rapidamente”, pesquisou Mórris. Hoje, o Brasil tem mais de 20 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, e a expectativa é que, em 2060, sejam 58,4 milhões de pessoas idosas, mais de 25% da população do país.

A inspiração de Mórris veio do projeto da escola de idiomas CNA (leia a reportagem  aqui), que conecta estudantes brasileiros a idosos nos EUA. “Adaptei para um formato de trabalho voluntário, usando minha experiência em asilos”, conta. Para se tornar um negócio social sustentável, o Projeto Conectando Gerações está sendo incubado na Social Good Brasil, que apoia iniciativas inovadoras que buscam resolver problemas sociais.

Voluntários interessados em participar do Projeto Conectando Gerações precisam cadastrar nome e e-mail no site. As primeiras conexões estão programadas para novembro. Antes, todos receberão um roteiro que está sendo finalizado por uma psicóloga da USP especialista em envelhecimento.

Por QSocial